Não goste, ame! Pois somente o AMOR é capaz de construir o mundo. (Antonio Luiz Macêdo)..

sábado, 8 de fevereiro de 2020

De Nazaré a Belém (Lc 2,1-7)


Senão para todos, para a grande maioria o natal se resume em árvores coloridas iluminadas com luzes pisca-pisca, ou presentes, ceia, roupa nova, sapato novo, sinais visíveis de um transbordamento de alegria efêmera e fugaz, porquanto centralizada no humano e material.

O caminho de Nazaré a Belém, é o caminho da realidade que nunca passa, visto que é caminho verdadeiro que não queremos nem desejamos refletir, mas que se faz necessário, porque é ele que nos leva à maior festa da cristandade. Festa da alegria que traz em si e no seu roteiro, renúncia, entrega, rejeição e abandono.

Na Anunciação os sonhos de Maria são transfigurados através de uma mensagem do céu. Pensa, reflete, angustia-se, medita, indaga, não entende e, por fim, renuncia-se a si mesma, renuncia aos seus projetos, renuncia ao seu amado, e diz sim a Deus. Entrega-se.  A dor da renúncia é a primeira placa de sinalização para Belém.

Após três longos meses de espera, José sofre. A dor da solidão toma conta dos seus dias e das suas noites. A saudade é grande.  O vazio é maior. O amor que os une é divino. Ora, pede, espera. Maria volta. No reencontro a surpresa e a decepção: aquela a quem ama profundamente está grávida. Toma sobre si toda a culpa. Resolva rejeitá-la em segredo. A dor da dúvida rejeição é a segunda placa indicativa do caminho de Belém.

Quirino ordena um recadastramento relâmpago. José tem de ir a Belém. Não pode deixar Maria porque ela já está nos dias de dar à luz. Três dias de viagem no lombo de um jerico. Cansaço, suor, sede, fome, dores, desconforto, calor. À noite vento, frio, escuridão, perigos. É a terceira placa indicativa do caminho de Belém.

Ao chegar à noitinha, a peregrinação. José bate de porta em porta, pergunta, informa-se. "Não havia lugar para eles na hospedaria". Maria sofre. As contrações aumentam. José busca nos arredores da cidade uma gruta onde os animais abrigavam-se durante o inverno. Em meio aos animais Maria dá à luz o seu Filho, o Rei dos Reis. Envolve o menino em faixas. É a última placa indicativa.

O caminho de Nazaré até Belém é o caminho da angústia, da solidão, da ansiedade, da incerteza, do cansaço, da sede, da fome, das lágrimas, da rejeição, mas nunca o caminho do desânimo. Fazer a caminhada até Belém sem passar por estas placas indicativas, é não vivenciar plenamente o sentido do Natal - sofrimento que gera alegria.

Porque Jesus nasceu para acolher nossas dores e sofrimentos, o mundo se transforma; tudo é júbilo, apesar da caminhada, e podemos cantar com os anjos: "Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens e mulheres de boa vontade". 

Paz e Luz
Antonio Luiz Macêdo

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