Não passamos de crianças, ainda hoje, mais de dois
mil anos depois de Jesus ter pronunciado estas palavras. Passando os olhos por
cima, sem nos determos e meditarmos o seu significado são palavras duras. Jesus
nos compara com crianças para minimizar o peso das suas intenções.
Crianças são crianças. Há horas que sabem o que
querem, há horas que não sabem; há instantes que são contraditórias, há
momentos em que são verdadeiras. Pela infantilidade que lhes é peculiar, as
crianças são inconstantes. A inconstância é latente em seus corações. Se umas
tocam, as outras não dançam; se umas lamentam-se, as outras não choram. Criança
é assim.
Jesus nos compara com estas crianças “birrentas”
que não sabem o que querem, mas, mesmo assim, falam, falam, falam... E o pior é
que fazem julgamento colocando o próximo no Trono de Deus. Nem João Batista e
nem Jesus escaparam.
João não bebia vinho e jejuava, e diziam que estava
possuído por um demônio. Jesus bebia vinho e não jejuava, e diziam que era um
comilão e beberrão. Implícita está a indagação de Jesus: “Finalmente, o que é que vocês
querem? João gritava, vociferava no deserto, com o seu jeito de ser, incitando
as multidões à conversão, com palavras que cortavam a alma e o coração - raça
de víboras, hipócritas – e vocês reclamam. Eu venho e acolho publicanos,
pecadores, devassos, prostitutas... e vocês reclamam também. O que está
faltando?”
Somente quem é dócil à presença e à ação do
Espírito Santo, é capaz de discernir os acontecimentos, e a razão da existência
deles. João e Jesus. Dois comportamentos, dois modos de agir, dois tipos de
pedagogia, metodologias diferentes... Mas o que importa é que a Sabedoria torne
adulta a nossa infantilidade, a fim de que possamos estar incluídos em uma das
Orações de Jesus: “Eu te bendigo Pai, criador do céu e da terra, porque escondestes estas
coisas aos sábios e entendidos, e as revelastes aos pequeninos”. Pequeninos,
sim; crianças, não.
Paz e Luz
Antonio Luiz Macêdo
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