No Angelus do Papa Francisco,, na Praça de S.
Pedro, um pensamento para os “deploráveis” atos de de terrorismo e violência em
Mónaco de Baviera, na Alemanha, e em Cabul, no Afeganistão, e também oração
para a próxima JMJ de Cracóvia e o sentido da oração do Pai Nosso
Aos milhares de fiéis e peregrinos presentes na
Praça de S. Pedro para a oração mariana do Angelus o Papa Francisco falou do
Evangelho deste domingo que abre com a cena de Jesus a rezar, sozinho, num
lugar apartado e com os discípulos que, ao terminar, lhe pedem: "Senhor,
ensina-nos a rezar". "Quando orardes, dizei:" Pai ... ",
respondeu Jesus, e o Papa salientou que esta palavra “Pai” o
"segredo" da oração de Jesus, é a chave que Ele nos dá para entrarmos
numa relação de diálogo confidencial com Deus.
Ao apelativo "Pai" Jesus associa dois
pedidos – prosseguiu Francisco: "Santificado seja o vosso nome, venha o
vosso reino", para realçar que a oração de Jesus, e também a oração
cristã, é antes de tudo dar um lugar a Deus, deixando-o manifestar a sua
santidade em nós e fazendo progredir o seu reino na nossa vida.
Outros três pedidos complementam o "Pai
Nosso", pedidos que exprimem as nossas necessidades fundamentais: pão,
perdão e ajuda na tentação:
“O pão que Jesus nos faz pedir é o pão necessário e
não o supérfluo; é o pão dos peregrinos, um pão que não se acumula nem se
desperdiça, pão que que não torna pesada a nossa marcha; o perdão é, antes de
tudo, aquele que nós mesmos recebemos de Deus: somente a consciência de
sermos pecadores perdoados pela infinita misericórdia de Deus pode
fazer-nos capazes de fazer gestos concretos de reconciliação fraterna; o último
pedido, "não abandonar-nos na tentação", exprime a consciência da
nossa condição, sempre exposta às insídias do mal e da corrupção”.
E Jesus prossegue tomando como modelo de oração a
atitude de um amigo em relação com outro amigo e a de um pai em relação com o
filho. Ambas as parábolas querem ensinar-nos a ter plena confiança em Deus, que
é Pai, disse o Papa ressaltando que Ele sabe melhor que nós as nossas
necessidades, mas quer as apresentemos a ele com coragem e com insistência, pois
esta é a nossa maneira de participar na Sua obra de salvação.
“A oração é o primeiro e o principal
‘instrumento de trabalho’ em nossas mãos! Insistir com Deus não é para
convencê-lo, mas para fortalecer a nossa fé e a nossa paciência, ou seja, a
nossa capacidade de lutar juntamente com Deus pelas coisas que
verdadeiramente são importantes e necessárias. Na oração somos dois: Deus e eu
a lutar juntos para as coisas importantes”.
Entre estas coisas importantes, disse ainda
Francisco, tem uma que é mais importante do que todas, mas que quase nunca
pedimos, e é o Espírito Santo, pois Jesus diz: "Se vós, que sois maus,
sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai celeste
dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!". O Espírito Santo serve para
vivermos bem, para vivermos com sabedoria e amor, fazendo a vontade de Deus,
concluiu convidando a todos e a cada um a pedir ao Pai durante esta semana:
“Pai, dá-me o Espírito Santo, Pai, dá-me o Espírito Santo”. Que a Virgem Maria
cuja vida foi toda ela animada pelo Espírito de Deus, nos ajude a rezar ao Pai
unidos a Jesus, e a vivermos não de maneira mundana, mas segundo o Evangelho,
guiados pelo Espírito Santo.
Após o Angelus e relativamente aos dramáticos
ataques dos últimos dias, Francisco laçou o veemente apelo:
“Nestes momentos a nossa alma é mais uma vez
abalada pelas tristes notícias relacionadas com actos deploráveis de terrorismo
e violência, que causaram dor e morte. Penso nos dramáticos eventos de
Mónaco na Alemanha e de Cabul, no Afeganistão, onde morreram numerosas pessoas
inocentes.
Estou próximo dos familiares das vítimas e dos
feridos. Convido-vos a unir-vos à minha oração para que o Senhor inspire a
todos propósitos de bem e fraternidade. Quanto mais parecerem intransponíveis
as dificuldades e obscuras as perspectivas de segurança e paz, tanto mais
insistente deve ser a nossa oração”.
O Papa falou depois da JMJ que já inicia em
Cracóvia esta semana e da sua viagem à Polónia na próxima quarta-feira, pedindo
a todos uma especial oração:
“Por estes dias muitos jovens de todas as partes do
mundo estão a caminho de Cracóvia, onde terá lugar a trigésima primeira Jornada
Mundial da Juventude. Também eu partirei na quarta-feira próxima, para
encontrar esses rapazes e raparigas, e celebrar com eles e para eles o Jubileu
da Misericórdia, sob a intercessão de S. João Paulo II. Peço-vos que nos
acompanheis com a oração. Já desde agora saúdo e agradeço a todos os que
trabalham para acolher os jovens peregrinos, com numerosos bispos, sacerdotes,
religiosos, religiosas e leigos. Dirijo um pensamento especial aos muitos
colegas deles que, impossibilitados de estar presente pessoalmente, seguirão o
evento através dos meios de comunicação. Estaremos todos unidos na oração”
Por último o Papa saudou cordialmente a todos os
fiéis e peregrinos presentes na praça e proveniente da Itália e de várias
partes do mundo, em particular os de São Paulo e São João de Boavista, no
Brasil.
A todos, Francisco desejou bom domingo e pediu, por
favor, para que não nos esqueçamos de rezar por ele.
Fonte e imagem: Rádio Vaticana
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