Tenho ouvido muita gente falar que tem transtorno de pânico. Muitos até com afastamento médico. Mas será que são ataques de pânico ou transtorno? E tem diferença? Sim! Tem!
Vamos conhecer melhor esta doença que está vinculada a um transtorno maior, que é a ansiedade. É importante saber que as pessoas que desenvolvem tanto o ataque, quanto o transtorno do pânico, são ansiosas. A ansiedade é como o fogo que alimenta a fogueira do pânico. Mas em outro momento falaremos sobre a ansiedade.
Ataques de pânico
Ataques de pânico é o surto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e que pode ocorrer: palpitações (coração acelerado), suor excessivo, tremor, sensação de falta de ar, sensação de asfixia, dor no tórax, ânsia de vômito, ondas de calor ou calafrio, formigamento, medo de perder o controle, enlouquecer ou morrer. A pessoa vai vivenciar no mínimo quatro das características citadas. Tudo isto acontece com uma intensidade indescritível para a pessoa que vive, com duração de até 10 minutos.Chega ao ápice do medo e do desconforto rapidamente, mas também obtém seu alívio imediato. Porém, quando a pessoa está no ataque de pânico, ela acredita que não vai passar nunca e que pode até morrer. Isto é sério e grave, pois existe um sofrimento real! Esta situação pode estar vinculada a um objeto, pessoa, animal ou situação, como: trânsito, multidões, falar em público,… Como também pode surgir sem a pessoa perceber, de forma espontânea, sem um gatilho específico. Assim ela não consegue dar conta exatamente do que provocou o ataque de pânico. Esta situação gera um sentimento de impotência muito grande, pois a pessoa se sente impotente. Sem controle.
Transtorno de pânico
No entanto o ataque de pânico não ocorre com frequência. Claro que pode acontecer da pessoa ter mais de um ataque de pânico. Porém, não são recorrentes. E este é um grande fator que diferencia o ataque, do transtorno. No transtorno a pessoa desenvolve os mesmos sintomas, mas com uma duração maior e uma frequência maior. Ela chega ao ápice do medo e desconforto rapidamente, mas não consegue ter o alívio de forma imediata. O sentimento de alívio demora… Quanto à frequência, para ser transtorno é preciso que ocorra dois ataques inesperados no período mínimo de um mês e assim sucessivamente.Ela não pode ser provocada por uso de substâncias e gera uma preocupação excessiva e persistente sobre a possibilidade do ataque acontecer novamente. A pessoa vira escrava do medo de outro ataque de pânico. Vivendo este medo, ela passa a evitar situações e pessoas. Realmente limitando sua vida, por dois motivos. O primeiro porque é difícil e doloroso passar pelo pânico, a sensação de morte é real. O segundo por medo de se expor ao ridículo, se constranger diante das pessoas.
Como tratar?
E como tratar? Com medicamento prescrito pelo psiquiatra, se preciso for. E com terapia. Na terapia será preciso trabalhar inúmeras situações, mas de imediato, mostrar a diferença do perigo real, do imaginário e como enfrentar as reações físicas provocadas pelo ataque. Estas questões bem tratadas gerará uma maior segurança, autodomínio e alívio prolongado. Pois tais questões servem como gatilho para o transtorno do pânico.Porém, não adianta tratar apenas o foco do problema, é preciso compreender que por trás da patologia existe uma história, uma ferida/trauma a ser tratado. Por isto não adianta parar o tratamento no alívio do Pânico, mas investigar na estrutura psíquica o fator gerador da patologia. Autodomínio está totalmente ligado a autoconhecimento.
Aline Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário