O culto a Nossa Senhora é bíblico, é teológico, é
litúrgico, é pastoral e é devocional. É necessário para a vivência da fé
cristã, mas nunca deve lhe ser prestado por mero devocionalismo. Ou
sentimentalismo. Sem dúvida, comover-se com as aflições dos outros,
sensibilizar-se com seus sofrimentos e ajudar as pessoas necessitadas é sinal
de solidariedade, enobrece o caráter humano. Entretanto, quando se trata de
viver a fé cristã não bastam emoções. Se vivida apenas com emoções, a fé não
resiste às dúvidas, às incertezas e provações. O título Nossa Senhora da Ajuda
foi atribuído à Maria tendo presente essa convicção profunda. Estaria relacionado
antes de tudo à agonia de Cristo no Calvário. Lá estava ela, de pé, a mulher
forte, a mãe à qual o Filho legou seus discípulos para que ela os ajudasse. A
Virgem Maria associada ao sofrimento de Jesus é nossa intercessora pelos
méritos dele junto a Deus Pai. Ela recebeu dele o poder de nos ajudar em
situações difíceis, angustiosas, incertas, sofridas ou perigosas. Esta “ajuda”
é-lhe pedida também através de outras invocações como: Perpétuo Socorro,
Auxiliadora, Amparo, Livramento, Mercês, Bom Sucesso, Desatadora de nós e
outras mais.
Ela recebeu dele o poder de nos ajudar em situações
difíceis
Origem e tradição
Segundo a História os navegadores e as caravelas
reais enfrentavam grandes perigos e desafios na travessia de mares e oceanos.
Na Idade Média, reis, capitães de esquadras mercantes, descobridores, colocavam
suas naus em expedições ou em batalhas navais, sob a proteção de Maria invocada
como: Nossa Senhora da Ajuda. Faziam-se celebrações e festejos, seja na
partida, seja na chegada das embarcações aos portos. Esta foi a origem de
muitas igrejas ou capelas construídas na orla marítima da Europa. No início das
grandes expedições marítimas do século XVI, o culto a Nossa Senhora da Ajuda
chegou ao Brasil-Colônia por devoção de cinco padres jesuítas. Em 1549 eles
integraram a comitiva do Governador Geral do Brasil, Tomé de Souza. Trouxeram
consigo uma bonita imagem da Virgem medindo uns 30 cm. e se estabeleceram no
litoral sul da Bahia onde construíram a capela em honra de Nossa Senhora da
Ajuda. Aí nasceu o povoado, hoje distrito de Porto Seguro com o nome de Arraial
da Ajuda e lugar turístico. Conta a tradição que os jesuítas após inúmeras
tentativas não encontravam água potável. Pediram então a ajuda da Mãe de Deus
para erguer a capela em sua honra. Enquanto era celebrada a missa surgiu
misteriosa e mansamente uma fonte de água viva sob uma árvore ali perto. Não
poucos autores deixaram relatado o fato que logo foi se espalhando da Bahia
para São Paulo, inclusive no testemunho do Beato José de Anchieta -SJ. O
santuário de Nossa Senhora da Ajuda é tido como o mais antigo do Brasil. Foi
confiado aos cuidados pastorais dos Padres Redentoristas. A festa tradicional é
celebrada solenemente no dia 15 de agosto.
Pe. Antonio Clayton
Sant´Anna, C.Ss.R.
Diretor da Academia Marial
A12.com
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