Cidade do Vaticano (RV) – O Papa
Francisco gravou uma mensagem em vídeo aos participantes do Congresso
Internacional de Teologia em Buenos Aires, que se encerrou na quinta-feira
(03/09), no centenário da Faculdade de Teologia da Universidade Católica
Argentina e nos 50 anos do Concílio Vaticano II.
O teólogo é do povo
Na gravação, o Pontífice recorda que o teólogo é
principalmente filho do seu povo, que “encontra as pessoas, as histórias”,
conhece “a tradição”. O teólogo é também “um fiel”, que “tem experiência de
Jesus Cristo, e descobriu que sem Ele não pode viver”. É ainda um profeta
porque, refletindo “a tradição que recebeu da Igreja”, “mantém viva a
consciência do passado”, criando o convite ao futuro, em que Jesus derrota a
autorreferencialidade e a falta de esperança.
Neste contexto, é fundamental a tradição da Igreja,
definida como “rio vivo” que remonta às origens e se projeta em direção ao
futuro, que “irriga” terras diferentes, e “alimenta” várias áreas geográficas
do mundo.
Relativismo e dignidade da pessoa
A tarefa do teólogo – acrescentou o Papa – é
“discernir”, “refletir” sobre o que significa ser um cristão de hoje. Porque o
cristão de hoje na Argentina não é o mesmo de 100 anos atrás, e não o é do
mesmo modo “na Índia, no Canadá, em Roma”. Falando dos desafios que seu
país enfrenta, Francisco identificou o multiculturalismo, o relativismo e a
globalização que, às vezes, “minimizam” a dignidade da pessoa, “tornando-a uma
mercadoria de troca”.
Doutrina e pastoral
Portanto, prosseguiu o Pontífice, o estudo da
Teologia adquire um valor de primária importância”, ressaltando que não pode
existir o conceito de mera doutrina “separada da pastoral” e citando os padres
da Igreja, como “Irineu, Agostinho, Basílio, Ambrósio”, que foram grandes
teólogos porque eram grandes pastores.
O Papa então voltou a reiterar a necessidade do
encontro, com as famílias, os pobres, os aflitos, as periferias, vias para uma
“melhor compreensão da fé”. As “perguntas do nosso povo – concluiu -, sua
angústia, seus sonhos, suas lutas e suas preocupações têm um valor
hermenêutico", que não se pode ignorar.
Fonte: News.va
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